domingo, 31 de agosto de 2008

Adeus, Lênin!




Onde você estava as 22:00 horas do dia 09 de novembro de 1989? Nesta noite iniciou a grande queda do muro de Berlin, nossa! Foi um dos últimos grandes acontecimentos da década dos anos 80, finalizando de vez a utopia socialista naquele país. Na época eu pouco sabia sobre os desdobramentos dos acontecimentos, somente lembro que assistia na Tv o muro sendo derrubado na base de picaretadas, marretadas, máquinas, chutes, voadoras, uma grande farra... e de quebra alemães e mais alemães orientais entrando no lado ocidental através da fronteira da Tchecoslováquia e Hungria. Lembro também da grande festa da unificação com direito a fogos de artifícios e tudo mais.
Não tinha a menor idéia dos processos internos, dos dramas, crenças e ideologias e enxerguei apenas como um problema de geopolítica.
Adeus, Lênin! Um filme que conta paralelamente a nostalgia de um país que se perdeu, destruído, lembranças de sonhos e utopias de uma geração, o amor de um filho por sua mãe.
A trama é simples: A mãe de Alex Kerner (Daniel Brühl) entra em coma na Alemanha oriental, seguidora fervorosa dos ideais de Lênin e seu socialismo, porém o coma durou 8 meses e nesse tempo muuuuuitos acontecimentos surgiram tais como: A queda do muro de Berlin, a Alemanha unificada, a vitória do capitalismo, enfim, o pior é que a mãe (Katrin Sassa) poderia ter um enfarte a qualquer momento e o médico alerta aos filhos (Alex tinha uma irmã, a Ariane interpretada por Maria Simon) a evitar qualquer forma de emoções fortes.
Deste ponto em diante é que o filme fica super interessante, Alex e sua irmã resolvem criar uma farsa ambiental dentro do apartamento com vários artifícios, dando a impressão à mãe de que nada mudou, contando ainda com a ajuda de antigos colegas de sua mãe e também o amigo quase cineasta de Alex, forjando vídeos noticiários ao cúmulo de que os Alemães ocidentais estavam aos bandos migrando para a Alemanha oriental, hilário!! As dificuldades de manter a farsa aumenta a cada dia até que... com um vacilo “cochilo” de Alex a “casa cai” e o choque da realidade vem a tona... não vou contar o que acontece confira pegando este filme numa locadora perto de você, vale a pena pois este filme parece um drama pesado mas não é, o filme é engraçado e compreensível , enfim, levanta questões profundas entre política, família, nação e até nossos próprios conceitos humanos e limitados.

Título Original: Good Bye, Lenin!Gênero: DramaTempo de Duração: 118 minutosAno de Lançamento (Alemanha): 2003Site Oficial: http://www.good-bye-lenin.de/ Estúdio: arte / Westdreutscher Rundfunk / X-Filme Creative Pool Distribuição: Sony Pictures ClassicsDireção: Wolfganger BeckerRoteiro: Wolfganger Becker e Bernd LichtenbergProdução: Stefan ArndtMúsica: Yann TiersenFotografia: Martin KukulaDesenho de Produção: Daniele Drobny e Lothar Heller

Maurilio Santos

Alta fidelidade




Quando os bolachões de 78 rotações foram inventados era utilizado como matéria-prima a Goma-laca, mas a partir da década de 50 surgiram os discos de vinil, sendo estes mais leves, maleáveis e resistentes a quedas, choques e manuseio e assim foi sem muita novidades até a década de 80 e início da década de 90 com a invenção dos Compact Discs (CD) prometento maior capacidade,durabilidade e clareza sonora sem chiados,acreditando que o disco de vinil seria banido do planeta , ledo engano pois saiba que o vinil possui uma amplitude e qualidade sonora melhor que o CD (escute Kraftwerk em vinil e CDe você entenderá o que estou escrevendo), inclusive já realizaram testes “cegos” onde ouvintes escutam CD e LP sem saberem qual é qual em equipamentos profissionais de última geração e estes (os ouvintes) pontam o som do LP como preferência.

Até hoje fabricam LPs e toca-discos (vejam os Djs em casas noturnas) e por ironia do destino o LP ainda sobrevive e quem parece estar fadado a desaparecer é o CD, com o surgimento do SACD, DVD AUDIO , MP3, MP4 e MP5 onde estes últimos estão virando uma febre com seus minúsculos tocadores e queda de preços para sua aquisição.

Você lembra quando você entrou a primeira vez numa loja para comprar o primeiro LP ou CD com sua própria verba? Eu lembro. Foi o LP ROCKET TO RUSSIA dos Ramones em 1987 e já que o assunto é sobre Discos de Vinil e Loja de Discos, recomendo o filme: ALTA FIDELIDADE.

John Cusack conseguiu os direitos de filmagem, co-escreveu o roteiro, escolheu a trilha sonora e, claro, faz o papel principal. O filme é baseado no livro HIGH FIDELITY – 2000, retratando o lado ridículo da natureza masculina: insegurança, encanações sobre sexo,o medo do compromisso, as canalhices, traições e enfim, paixões arrebatadoras.

A história é simples: Rob Gordon (John Cusack) é dono de uma loja de discos decadente em Chicago, e foi recentemente chutado pela namorada, Laura (Iben Hjeijle). Na loja trabalham: Barry (o hilário Jack Black) e Dick (Todd Louiso), tímido e fã de Belle & Sebastian.

A mania do trio é fazer listas de 5 melhores: 5 melhores primeiras músicas de Lado A de um disco, 5 músicas para ouvir quando ela te deixar, 5 melhores músicas para se ouvir num funeral,e assim vai... .

O DVD de ALTA FIDELIDADE você encontra nas prateleiras das locadoras com cenas que não entraram na versão final do filme (esse é o lado bom do DVD). Se você curtiu ou curti alguma música pop, já rolou um relacionamento furado em tua vida e curtiu ou curti algum seriado americano,este filme é altamente recomendado.
Maurilio Santos

terça-feira, 26 de agosto de 2008

CURTINDO A VIDA ADOIDADO



Atirem a primeira pedra quem nunca “matou” um dia de aula, e atirem a segunda pedra quem nunca assistiu o filme CURTINDO A VIDA ADOIDADO (FERRIS BUELLER´S DAY OFF) de 1986, que agora você pode conferir em DVD as cenas extras de um filme que parte de uma idéia simples: No último ano do 2º grau, Ferris Bueller (Mattew Broderick) decide viver um dia inesquecível na companhia da namorada e do melhor amigo. Nessas duas décadas que passaram cineastas diversos tentaram repetir o sucesso do filme, mas o casamento entre elenco e roteiro resultando nesse filme de adolescente definitivo e insuperável, "A vida passa muito depressa. Se não paramos para curti-la, ela escapa por nossas mãos". É isso que diz Ferris Bueller, virado para a câmera - aliás, ele conversa com o público direto, durante todo o filme, meio que transformando a gente em cúmplice de suas maluquices. Essa é a mensagem que "Curtindo a Vida..." passa: aproveitar a vida antes que seja tarde demais. Mas faz isso de um jeito diferente do que estamos acostumados a ver. Porque tenho certeza de que se fizessem uma refilmagem desse filme para a nossa época, o Ferris ia "aproveitar a vida" daquele jeito mais do que batido: cheio de clubes noturnos, garotas e bebidas. Mas no filme de 86, Ferris Bueller se diverte sem passar uma idéia politicamente correta, mas sem precisar apelar para xaropadas de comédias adolescentes dos anos 90, que não têm mais graça nenhuma. Não sei se o fato de a noção de "curtir a vida adoidado" para eles ser ir a museus de arte e restaurantes chiques em vez de lugares "mais adolescentes" é algo estranho ou uma prova de que o trio protagonista era mesmo uma trupe de nerds...só sei que isso é o que faz a diferença. Algumas curiosidades aconteceram olha só: O elenco de "Curtindo a Vida Adoidado" estava realmente apaixonado. Mathew Broderick e Jennifer Grey começaram a namorar, e Cindy Pickett e Lyman Ward (os pais de Ferris Bueller) se casaram depois do encerramento das filmagens. Na seqüência da parada, um cinema anuncia a exibição de Godzilla'85. Treze anos depois, o próprio Matthew Broderick, que protagoniza Curtindo a Vida Adoidado, viria a estrelar um filme do Godzilla. Após o término dos créditos finais, Matthew Broderick reaparece como Ferris Bueller e, olhando para a câmera, diz "You're still here? It's over! Go home." (algo como: "Você ainda está aí? Acabou! Vá para casa."). Enfim, um filme divertido, que ficou para sempre na memória de todos que o assistiram. Que saudades do velhos e bons tempos do diretor John Hughes responsável por outros inesquecíveis filmes: Garota de Rosa-shocking (1986), escreveu e dirigiu Gatinhas e Gatões (1984), O Clube dos Cinco (1985), Mulher Nota 1000 (1985).

Maurilio Santos